
Enquadramento
A situação excecional da pandemia COVID-19 levou as sociedades a terem de fazer inúmeros ajustes à vida comunitária, desde a implementação de diferentes graus de isolamento social ao encerramento de certos serviços e instituições. Algumas das principais instituições afetadas foram as universidades, tendo, em Portugal, sido progressivamente encerradas com passagem para diversas modalidades de ensino à distância.
Esta mudança para novas modalidades de ensino pode potenciar o aparecimento de novas estratégias pedagógicas que poderão ter repercussões mesmo depois do regresso à normalidade, tornando o ensino à distância uma realidade para além da necessidade atual, como já acontece em vários centros universitários pelo mundo.
Por outro lado, a incerteza, desesperança e ansiedade associadas ao estado de pandemia, bem como à implementação de novos métodos de ensino e quiçá de avaliação, podem ser bastante deletérias para a saúde mental, particularmente numa população que poderá já ter alguma suscetibilidade (a ansiedade, e, com menor a expressão, a depressão têm-se tornado cada vez mais prevalentes nos estudantes universitários).
Tendo por base este contexto, o grupo de trabalho (composto por alunos de 3º ano da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa), com apoio de várias associações de estudantes de diversos cursos, propõe-se elaborar um estudo para averiguar o impacto que o ensino à distância está a ter na população universitária portuguesa, bem como avaliar questões relativas à saúde mental dos participantes.
Fá-lo-á através da aplicação de um questionário em duas fases, tentando fazer-se o seguimento dos participantes ao longo do isolamento social imposto, para que se possam extrapolar possíveis benefícios (ou malefícios) do ensino à distância em diferentes cursos e se possa avaliar o impacto que a pandemia e suas consequências, bem como a aplicação de estratégias pedagógicas orientadoras, tem na saúde mental dos estudantes.